sexta-feira, 29 de maio de 2009

Absinto




Existência pálida e sombria
Memórias reminiscentes de uma vida perdida
reflectidas no presente desse rosto inerte
Por entre gritos sem significados concretos,
por entre copos de absinto,
lamentas o que nunca foi, o que nunca sentiste

Uma triste alma mora nesse corpo débil
E só quer esquecer o que sempre conheceu
Numa ausência cruel de vida
Que nem a morte aparece, libertadora
Percorres o obscuro do teu ser
Para encontrar uma razão que te faça ser alguém

Desse lugar onde estás não há como fugir
Não podes desistir de uma desistência perante a vida
Não podes caminhar sem que a alma presa em ti
te faça sentir dor, e essa angústia no peito,
e esses gritos mudos que não te moldam a expressão.
Tens que deixar sair... mas só lutas para esquecer.



--- Quadro: "Absinto", Degas ---

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